Na última semana de abril, foram apreendidos equipamentos de telecomunicações durante investigação de descaminho e receptação ilegal de materiais roubados de operadoras. Os equipamentos seriam usados na transmissão de internet via rádio, fato que aconteceu na região sul do estado de Minas Gerais. Os equipamentos apreendidos estavam em 3 cidades, Pouso Alegre, Cachoeira de Minas e Santa Rita do Sapucaí e juntos somam um montante avaliado em mais de R$ 3 milhões de reais.
A divulgação realizada pela Polícia Civil mineira relatou que o proprietário de um provedor de internet da cidade de Pouso Alegre (MG) foi preso por receptação de mercadoria roubada. Além dos materiais encontrados sem nota fiscal na sede da empresa de Pouso Alegre, também foram apreendidos equipamentos numa loja de manutenção em Cachoeira de Minas e em antenas de Pouso Alegre e Santa Rita do Sapucaí. Ao todo foram 150 aparelhos que teriam sido roubados de uma empresa multinacional do setor de telefonia e outros de empresas ainda não identificadas.
Segundo o delegado que coordena as investigações, Daniel Leme Amaral, os equipamentos eram reconfigurados para a transmissão de internet via rádio no Sul de Minas. “Inicialmente foi cumprido mandado de busca numa empresa de Cachoeira de Minas, que em tese, estava fazendo as manutenções nesses equipamentos. Fizemos uma investigação e verificamos que eles estavam vendendo esses aparelhos pelo Mercado Livre (site de vendas online). Em geral, a venda era para norte e nordeste do Brasil para dificultar as investigações”, explicou o delegado.
“Nós chegamos a ele [o preso] após cumprir um mandado de busca e apreensão em uma torre em Santa Rita do Sapucaí. Aguardamos a chegada do técnico. Assim que ele chegou, identificamos qual empresa estava operando o equipamento. Conseguimos identificar o proprietário da empresa e fazer sua prisão em flagrante. Na verdade, ele não estava na empresa e se apresentou para responder ao procedimento policial”, explicou Amaral.
Segundo o delegado, no depoimento, o homem negou conhecer a forma de compra e a procedência do equipamento. “Alegou que a aquisição do equipamento era feita por funcionários e que ele estava sem o controle disso”.
INVESTIGAÇÕES
A investigação iniciou através de uma denúncia cerca de três semanas antes da prisão. Agora, a polícia tenta localizar mais envolvidos e outros equipamentos considerados ilegais utilizados no esquema. “Foi identificado cerca de 300 pontos no estado de Minas Gerais. É uma operação que tem que ser feita a nível estadual. Mas nós vamos continuar investigando a região do Sul de Minas aqui”.
A investigação também avalia o uso dos aparelhos para comunicação de facções criminosas. O delegado reafirmou que as investigações apontam para o uso dessa prática, mas o caso deste empresário não fazia parte deste ramo da investigação. “Não há vínculo de facção criminosa com essa empresa que teve o proprietário detido, mas eles estão utilizando equipamentos similares para fazer a comunicação da facção”. Esta é uma segunda vertente de investigações.