O primeiro trimestre de 2018 terá uma grande novidade para os Provedores de Internet, Engenheiros, Projetistas e empresas do ramo de telecom em relação à procedimentos de instalações em São Paulo.

A Secovi-SP, através de uma parceria com a Abrasip, irá lançar uma atualização das normas e especificações para instalação de Redes de telecomunicações (Voz, Banda Larga e Vídeo) em condomínios e prédios da Capital Paulista.

A meta é auxiliar na padronização e no desenvolvimento dos projetos atuais e futuros do setor. A ultima versão do manual existente foi criada em 1980 e suas atribuições não atendem a atual demanda de tecnologias e engenharia.

O desenvolvimento das cidades exige cada vez mais planejamento urbano. Este fato vai além das redes em vias públicas, afinal, o crescente tráfego de dados é levado para algum lugar além dos postes, dutos em calçadas e ruas, ou seja, para dentro de edificações.

A sobrecarga de fios e equipamentos que comumente nos deparamos pelas cidades é também um problema para as construções, principalmente as mais antigas e sem planejamento para receber os modernos componentes de redes de telecomunicações, presentes em todo lugar atualmente.

Como os dutos são estreitos, grande parte das operadoras e provedoras passam os cabos por onde dá. Pela caixa do elevador, pela escada e até pela parte exterior do edifício. Nem todas escolhem as melhores práticas para tal serviço e com o tempo podem atrapalhar em serviços terceiros.


O PROBLEMA E A SOLUÇÃO

O aumento de reclamações, dúvidas e busca de auxilio sobre inúmeras ocorrências e situações envolvendo construções e o chamado TRIPLE PLAY: Voz, Banda Larga e Vídeo, fez as entidades agirem para buscar uma solução abrangente.

O Secovi-SP, o maior sindicato da habitação da América Latina, teve como objetivo  criar um grupo de trabalho para definir normas e procedimentos para orientar a instalação de redes de telecomunicações em prédios e condomínios residenciais e comerciais.

O trabalho começou em junho e conta com a parceria da Associação Brasileira de Engenharia de Sistemas Prediais (Abrasip), do Sindicato dos Engenheiros de São Paulo, da Convias da Secretaria de Obras da Prefeitura de São Paulo e da Telefônica.

Segundo Luiz Olímpio Costi, coordenador do GT e vice-presidente de telecomunicações da Abrasip, o novo manual vai estar pronto e disponível eletronicamente para todos os associados das entidades envolvidas no primeiro trimestre de 2018. Mas a expectativa é que o material tenha repercussão em âmbito nacional e acabe virando uma referencia.

 

“É uma iniciativa muito importante, porque vamos criar um padrão de desenvolvimento de projeto de instalações modernas de telecomunicações, o que não existe hoje”, afirmou Costi.

 

COMPETIÇÃO

As recomendações técnicas do manual abrangem redes internas e externas, no caso de condomínios. E contemplam a competição. Os projetistas de redes de telecom de prédios e condomínios deverão considerar espaço para pelo menos três competidores.

Esse foi o número médio de operadoras prestando serviços em prédios e condomínios de São Paulo, segundo pesquisa realizada pelo Secovi.

A ideia dos integrantes do GT não é deixar o novo manual envelhecer em uma base de dados, já que ele só terá versão eletrônica, como o anterior. “Vamos atualizá-lo periodicamente”, promete Costi, também presidente da Procion Engenharia.

FTTX

Para Marcius Vitale, engenheiro de redes e representante do Sindicato dos Engenheiros no GT, além da relevância para o planejamento urbano, o manual também vai criar condições para acelerar a implantação das redes de fibra ótica até a casa do cliente ou até o escritório (FTTX).

Atualmente o país europeu com a maior rede de FTTH implantada é a Espanha (sua rede é maior do que as da Inglaterra, Alemanha, França e Itália somadas). E um dos fatores que contribuiu para o avanço da fibra, além das disposições regulatórios, foram as normas urbanas relativas às edificações.

 

ULTIMA VERSÃO DO MANUAL

Por incrível que pareça, o último manual de instalação de redes de telecomunicações prediais existente no estado de São Paulo é dos anos 1980, da época da Telesp e do Sistema Telebras e quando a comunicação existente nas casas e escritórios era apenas o serviço de telefonia fixa.

De lá para cá, apesar do acelerado avanço tecnológico, da chegada da TV a cabo e da expansão da banda larga, nada foi feito para atualizar o velho manual. Daí as gambiarras frequentemente encontradas, mesmo em prédios construídos depois da década de 80 do século passado.

Costi observa que foram desenvolvidas normas para prédios e condomínios comerciais e residenciais de alto padrão com cabeamento estruturado, por meio da ABNT.

 

“Como todo o trabalho no âmbito da ABNT é voluntário, ele só acontece quando há um forte interesse econômico, caso do segmento de prédios de alto padrão”, explica.

 

Assim, prédios e condomínios de padrão médio, para a classe média, ficaram no limbo regulatório.

 

UM CONTEÚDO PARA SER REFERÊNCIA

Mesmo que este material em produção seja um manual apenas, sem poder legal, Costi acredita que vai acabar se tornando, de fato, na bíblia dos projetistas.

 

“O Secovi tem muita força e mesmo tendo atuação restrita ao estado de São Paulo, pelo seu peso, a iniciativa vai acabar repercutindo em todo o país”, pontuou o coordenador do GP.

 

MANUAL SECOVI-MG

Este manual do Secovi-SP não é a primeira atualização de normas de instalação de sistemas de telecomunicações em edificações. Uma parceria entre o Secovi-MG e Abrasip-MG, resultou em outro documento de atualização recentemente.

Contudo este manual teve foco mais especifico em serviços de voz, segundo Costi. Diferente deste produzido em São Paulo que terá como em comunicação multimídia e levará em conta outros pontos destacados durante os estudos da Secovi.

 

FONTE: TELESINTESE