O Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações lançou um consulta pública que pode gerar alterações no CGI.br – Comitê Gestor da Internet no brasil, tanto ao que diz respeito às suas atribuições e à sua composição.
O objetivo da consulta é debater e atualizar o Decreto n. 4829, de 3 de setembro de 2003. Harmonizando a estrutura da governança brasileira com o processo de transformação digital; Aprimorando os meios da transparência, publicidade e participação nos mecanismos de governança da internet; discutindo a representação dos diferentes setores que integram a cadeia de valor e trazendo o equilíbrio entre os setores representados.
A consulta pública foi estruturada em 4 eixos:
1 – COMPETÊNCIAS
O questionamento neste eixo é sobre a necessidade de atualização e quais formas podem ser adotadas para unir esforços entre estratégias e atividades operacionais.
2- TRANSPARÊNCIA
Podem ser propostas medidas em relação ao acompanhamento público e a publicidade conferida às tomadas de decisão do comitê, a exemplo do estabelecimento de audiências e de outras maneiras de participação pública.
3- COMPOSIÇÃO
O CGI.br possui composição multissetorial, envolvendo governo, setor empresarial, comunidade científica e tecnológica e terceiro setor. Estão sendo levantadas questões como, “há necessidade de abrir novos segmentos setoriais para compor o comitê?”, ou se é importante a inclusão de participação de novas pastas do governo em sua composição, entre outras providências.
4- ELEIÇÕES E MANDATOS
Atualmente os representantes do terceiro setor, comunidade científica e tecnológica e setor empresarial são eleitos, a partir da composição de colégios eleitorais, para mandatos de 3 anos, sem limites quanto à ocorrência de reeleições. Neste quesito levantam-se questões como, “quais medidas podem ser adotadas para aprimorar os processos de definição dos representantes eleitos para a composição do CGI.br?”
Ao todo, são 18 perguntas a serem respondidas no prazo de 30 dias, até o dia 8/9, via o portal Participa.br.
REPERCUSSÃO:
Algumas discussões foram levantadas com o anúncio da abertura de consulta pública. Uma delas é sobre a possibilidade de ampliação de participação empresarial no CGI. O que vai, até certo ponto, de encontro ao posicionamento do comitê que tem frequentemente firmado posição em defesa da neutralidade de rede e defendido a necessidade de os usuários darem consentimento para que seus dados sejam utilizados, por exemplo, para fins mercadológicos.
Outra questão que está sendo assunto é que, desta vez, a chamada pública do MCTIC acabou pegando o próprio CGI.br de surpresa. Não houve uma chamada para os seus membros opinarem previamente sobre a consulta. Os membros do CGI.br terão que participar da consulta como todo representante da sociedade, mesmo com conhecimento muito maiores dos procedimentos da governança da internet.
CGI.br – Comitê Gestor da Internet no Brasil
Criado na década de 90 e reformulado com a regulamentação do Marco Civil da Internet em 2016, o CGI é responsável pelo estabelecimento das diretrizes do setor, bem como pela promoção de estudos e padrões técnicos para segurança e serviços de internet; Recomendação de procedimentos e padrões técnicos e promoção de programas de pesquisa e desenvolvimento. Atualmente é o Comitê quem coordena e integra todas as iniciativas de serviços Internet no País.
A atual composição do CGI.br foi estabelecida pelo Decreto Nº 4.829, de 3 de setembro de 2003, da Presidência da República. Integram o CGI.br, 9 representantes do setor governamental, 4 do setor empresarial, 4 do terceiro setor, 3 da comunidade científica e tecnológica e 1 representante de notório saber em assuntos de Internet.
Link na imagem remete para lista de Membros do CGI.br
FONTES: Participa.br / NBNBrasil / Porta23.
Outra Consulta Pública do MCTIC que está aberta é sobre a Estratégia brasileira para Transformação Digital. Participe:
https://www.engenheiromarcos.com.br/2017/08/estrategia-brasileira-para-transformacao-digital-consulta-publica-e-lancada-pelo-mctic/