O BNDES deverá lançar nos próximos 3 meses um plano inédito para projetos de financiamentos dos Provedores Regionais. O anúncio foi realizado durante o Encontro de Provedores Regionais, realizado nesta terça-feira (06/02), em Ribeirão Preto – SP, pelo Sr. Artur Coimbra, Diretor do Departamento de Banda Larga da SetelSecretaria de Telecomunicações do Ministério de Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações – MCTIC.

A experiência é impar e inédita por parte do BNDES aos provedores regionais. O banco atenderá diretamente os empresários do segmento que apresentarem projetos de financiamento acima de R$ 1 milhão. Até o anúncio desta oportunidade, o bando atendia, diretamente, apenas empresas com projetos de financiamento acima de R$ 20 milhões.

As demais empresas só eram atendidas pelos seus parceiros conveniados, os bandos, mas chamadas operações indiretas.

Artur Coimbra, diretor do Departamento de Banda Larga da Setel Foto: Meire Pereira

MOTIVAÇÃO PARA A MEDIDA

A medida, que é uma exceção, vai ser feita aos provedores por resultado das dificuldades enfrentadas por esses empresários junto aos bancos conveniados para acessar os produtos do BNDES.

Além de tudo, este segmento de mercado, apesar do cenário macroeconômico, vem investindo em infraestrutura em função da demanda aquecida por banda larga.

 

POSSIBILITADOR

A mudança da política do banco de desenvolvimento é resultado de um longo trabalho conjunto entre a equipe do Secretaria de Telecomunicações do MCTIC e a equipe do banco envolvida com formulação de soluções para PMEs e para segmentos especiais de mercado como o de banda larga.

Há quatro anos, o banco já havia incluído a fibra óptica, embora se trata-se de um insumo e não de um equipamento, no Finame, o que possibilitou a muitos provedores utilizarem o financiamento em seus projetos de implantação de infraestrutura óptica.

A redução do valor das operações diretas para os provedores de acesso à internet permitirá a eles ter acesso ao FGI, o Fundo Garantidor de Investimentos mantido pelo BNDES. Este acesso será possível a partir do segundo semestre, de acordo com Coimbra.

Desde 2014, o governo tenta construir um fundo garantidor para os provedores, que têm problemas em dar garantias para contratar investimentos, já que os bancos não aceitam as redes de telecomunicações como garantia.

Embora já se tenha chegado a uma fórmula viável, por falta de recursos a proposta numa foi concretizada. Agora, finalmente, parece que a haverá uma solução, capaz de dar uma grande impulso ao mercado dos ISPs.

 

CRESCIMENTO DOS ISPs

Os provedores regionais vêm crescendo, nos últimos anos, na casa dos dois dígitos e respondem por 16% dos acessos de banda larga fixa, de acordo com os dados oficiais da Anatel.

Mas como os números oficiais são subnotificados, algumas consultorias, como a Adivisia estimam que sua participação nesse mercado chega a 25%.

Nos municípios com população abaixo de 100 mil habitantes, respondem por mais de 50% do market share de banda larga.

 

FONTE: Telesíntese/ MHemann