Para empresas de telecomunicações em geral, em especial as iniciantes, o investimento na compra de equipamentos tem um peso significativo até que a empresa comece a conquistar seu espaço no mercado. Para as já estabelecidos existe uma busca por redução dos seus custos em diferentes processos, entre eles o de infraestrutura.

E aí entra a questão levantada por Diego Valeriano, Gerente de contas da ZTE do Brasil em artigo publicado no portal Convergência Digital. Estas empresas precisam ficar atentas à falsa economia ao comprar equipamentos não legalizados no mercado irregular.

Atualmente, profissionais do setor de telecomunicações têm debatido bastante sobre o presente e o futuro dos serviços de conectividade no país, e também sobre oportunidades de novos negócios.

Mas em tempos desafiadores para a economia brasileira, é importante não só a conquista de novos contratos, como também a diminuição dos custos já existentes para os ISPs.

 

Na busca por essa redução, muitos provedores regionais acabam adquirindo equipamentos de rede fora dos distribuidores autorizados pelos fabricantes, mas essa economia imediata pode sair bem cara no futuro. Diego Valeriano – gerente de contas da ZTE do Brasil

 

A cadeia de comercialização de equipamentos de rede é complexa e envolve uma série de tributações na importação, além de padrões técnicos previamente definidos pelo governo brasileiro.

Toda essa parte é administrada pelos fabricantes, que selecionam criteriosamente parceiros e distribuidores para atender a demanda dos provedores.

O assunto foi debatido recentemente também pelo nosso Diretor Executivo, Eng. Marcos Hemann durante o curso de Gestão Para Provedores, onde a MHemann Assessoria e Consultoria foi convidada pela INTELBRAS para ministrar um dos módulos deste treinamento.

 

MERCADO IRREGULAR

Paralelamente existe um mercado que importa equipamentos ilegalmente, e que, apesar de funcionarem, geralmente são antigos ou fora dos padrões nacionais.

Os ISPs que decidem se aventurar por esses meios ganham – mesmo que pouco – no custo, mas perdem muito com a falta de atendimento personalizado, possíveis customizações de software que se adequem a cada negócio, “tropicalizações” dos produtos, garantia e, especialmente, de suporte.

A pequena diferença de valores pode ser totalmente perdida durante alguma uma fiscalização da agência reguladora. Ação que vem crescendo nos últimos meses.

 

BENEFICIOS DO EQUIPAMENTO LEGALIZADO

  • Suporte

Ao comprar diretamente do distribuidor autorizado, os ISPs têm total acesso ao suporte oferecido pelo fabricante, desde o momento da implementação até no uso diário dos equipamentos.

  • Novas Tecnologias

Além disso, os provedores regionais conseguem ter acesso à tecnologia de ponta, utilizada pelas grandes operadoras, a preços acessíveis, sobretudo se levarmos em conta a característica future-proof dos produtos autorizados – ou seja, a possibilidade de fácil atualização, trocando apenas pequenas peças ou atualizando o firmware.

  • Garantia

Estar com toda sua infraestrutura assegurada com garantia de fábrica e contar com a disponibilidade de suporte integral é um diferencial indispensável para os provedores. Especialmente para os iniciantes que ainda estão captando clientes para expandindo para cobrir seu investimento.

 

As vantagens que se tem em retorno do investimento em bons equipamentos impactam diretamente no custo de longo prazo para os ISPS, tornando insignificante a economia inicial obtida pela compra no mercado paralelo.

Porém o fator mais preocupante nessa situação é o futuro do negócio.

 

FISCALIZAÇÃO E MULTAS

A fiscalização por parte da Anatel tem aumentado nos últimos tempos e os ISPs que não estiverem em conformidade com os padrões técnicos e comerciais definidos pelo órgão podem ficam expostos a sérias sanções, que podem comprometer a saúde da empresa.

 

ALTERNATIVA DE AQUISIÇÃO DE EQUIPAMENTOS

A construção da infraestrutura a partir do zero mostra-se inviável para uma operadora iniciante. Sem o acesso aos elementos de rede, que formam o coração de seu empreendimento, a iniciativa corre o risco de nem ser lançada, resultando em maior concentração do mercado.

Para desviar dessa rota, as ofertas de atacado tornam-se uma alternativa atraente para as pequenas prestadoras estruturarem suas operações e planejarem seu desenvolvimento, passando a investir mais a cada degrau conquistado.

O Sistema de Negociação de Ofertas de Atacado (SNOA) lista Ofertas de Referência, aprovadas pela Anatel, de equipamentos que compõem a infraestrutura de suporte ao serviço de banda larga.

É um ambiente em que o prestador de serviços de telecomunicações poderá contratar torres, centros de fios, pontos de troca de tráfego, pontos de interconexão e pontos de presença. O SNOA é o local de oferta de insumos atacadistas de telecomunicações ofertados por grupos de telecomunicações com poder de mercado.

 

Hoje, estão cadastrados no SNOA mais de 3.900 torres, mais de 8.200 interconexões móveis e mais de 13 mil linhas dedicadas.

 

Além do preço mais vantajoso para a pequena prestadora, há salvaguardas como a transparência e as obrigações de oferta de produtos de atacado nas condições especificadas pela Agência.

Tais produtos representam um alto custo para prestadoras em fase inicial de operação. Configuram, portanto, uma barreira que impede a entrada de novos competidores.

Por meio do SNOA, a Anatel ajuda os provedores a simplificarem seus modelos de negócios e incentiva a expansão da banda larga no Brasil.

 

COMO MONTAR SEU PROVEDOR DE INTERNET
PDF disponibilizado pela Anatel para Explicar o Sistema SNOA

 

OPORTUNIDADES DE NEGÓCIOS

Provedores regionais que, ao atingirem uma base interessante de clientes, tiverem a oportunidade de vender a empresa para uma grande operadora, também podem ter seus negócios prejudicados, seja com a não finalização da transferência ou com uma perda de valor de mercado.

A preferência por distribuidores autorizados traz vantagens sólidas, não apenas para os ISPs, mas também para toda a cadeia de valor do negócio.

Quem se preocupa tanto com o futuro a longo prazo da empresa, quanto com a qualidade do serviço oferecido aos assinantes, deve levar a sério a procedência dos produtos e equipamentos de sua rede.

 

FONTE: Convergência Digital / Anatel – SNOA
Conteúdo Base de: Diego Valeriano – gerente de contas da ZTE do Brasil

 

 

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